Investing.com - O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) decidiu manter a taxa básica de juros dos Estados Unidos no patamar atual, na faixa entre 5,25% e 5,50%, ao fim da reunião de dois dias de política monetária nesta quarta-feira, 31 de julho.
Na reunião de junho, a autoridade monetária americana também havia mantido os juros, passando a estimar somente um corte neste ano.
Os juros seguem em território contracionista, com o objetivo de controlar a inflação, para que o indicador retorne à meta de 2%. O Comitê anunciou ainda que seguirá com redução nas suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em dívidas de agências e hipotecas de agências.
A votação foi unânime e veio em linha com 96,9% dos investidores que estimavam a manutenção dos juros, de acordo com a ferramenta Monitor da Taxa de Juros do Federal Reserve do Investing.com.
No comunicado, os membros do colegiado ressaltaram que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação seguiriam para um melhor equilíbrio, e que a autoridade monetária estaria atenta para riscos em ambos os lados do duplo mandato. Esta passagem foi alterada em relação ao comunicado de junho, quando apenas riscos inflacionários eram mencionados.
Os membros do FOMC disseram que não seria apropriado cortar os juros até que haja mais confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%.
“O Comitê estaria preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas do Comitê”, destacou o comunicado, reforçando ainda a dependência de dados futuros do mercado de trabalho, inflação, e desenvolvimentos financeiros e internacionais.
Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.com, afirma que entre as mudanças no comunicado em relação a junho, o Fed passou a considerar o mercado de trabalho não mais como robusto, mas moderado.
Além disso, o Fed passa a avaliar que a inflação segue "um pouco elevada", não mais “elevada”. Assim, “é a primeira vez desde setembro de 2021 que o Fed não descreve a inflação como elevada", aponta Manzoni. "O comunicado veio dovish, abrindo portas para o primeiro corte de juros em mais de 4 anos em setembro, se confirmada a desaceleração da inflação em direção à meta de 2% ao ano, além de um mercado de trabalho menos aquecido", completou.
Agora, investidores estarão atentos às falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que responde questionamentos de jornalistas em coletiva de imprensa, às 15h30. Confira o vídeo no nosso portal.