Por Gabriel Codas
Investing.com - O Banco Central divulgou, nesta segunda-feira (20), mais uma edição do Boletim semanal Focus, trazendo, pela terceira semana consecutiva, a estimativa de menor queda do crescimento da economia brasileira em 2020. Além disso, os economistas mantiveram as expectativas do IPCA, da Selic e do dólar. Da mesma forma que na semana passada, o cenário ainda mostra que a crise econômica do país por conta da pandemia da Covid-19 será bastante intensa, mas dá sinais que pode ser menos pior do que esperada anteriormente.
PIB
A exemplo da do período anterior, a projeção do PIB brasileiro avançou, mas ainda se mantém sob uma queda intensa. A estimativa agora é uma retração de 5,95% do PIB em 2020, contra 6,10% da semana passada. Há quatro semanas, a projeção estava em -6,50%. Para 2021, a estimativa segue de crescimento em 3,50% e se manteve em 2,50% para 2022 e 2023.
Na contramão do mercado, o Ministério da Economia manteve a projeção de queda em 4,7%. Para 2021, a equipe econômica espera que a economia brasileira crescerá 3,2%. Os dados fazem parte do Boletim Macrofiscal, da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia e foram divulgados hoje.
O governo justificou que a projeção permaneceu inalterada porque há um "efeito positivo das políticas adotadas até então" no combate aos efeitos econômicos da pandemia do coronavírus.
Inflação
Os analistas mantiveram a estimativa da inflação oficial em 1,72%. Há quatro semanas, a aposta era de um IPCA a 1,61% no fim do ano. A aposta para o fechamento do ano-calendário segue abaixo do centro da meta de 4,00% e abaixo do piso da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Houve a manutenção das estimativas de inflação para 2021 - horizonte da política monetária do Banco Central sob o sistema de metas de inflação -, com os analistas estimando o IPCA em 3,00%. A estimativa também fica abaixo do centro da meta de inflação estipulado para o ano que vem, de 3,75%.
Entre os cinco maiores acertos do Boletim, o chamado Top-5, a previsão é de um IPCA levemente superior no fim do ano, a 1,68%, enquanto há 4 semanas a estimativa estava em 1,76%. Para 2021, o TOP-5 também prevê a inflação oficial em 3%.
Selic
O constante cenário de deterioração das projeções do PIB e IPCA motivaram a decisão de corte da Selic de 0,75 ponto percentual nas duas últimas reuniões do Copom. Da mesma forma da semana passada, os analistas seguiram a última decisão da autoridade monetária, esperando ainda um novo corte residual do afrouxamento monetário em 2,00% em 2020, conforme comunicado e ata da última reunião do Copom.
O TOP-5, que colocava a Selic em 1,75% há quatro semanas, segue prevendo agora 2,00%, com um corte de apenas 0,25 ponto percentual no próximo encontro do colegiado, na próxima semana.
Para 2021, os economistas mantiveram a projeção de Selic em 3%, de 5% para 2022 e de 6% para 2023, enquanto o TOP prevê uma Selic a 3,0% em 2021, 4,25% para 2022 e 5,63% em 2023.
Dólar
Em relação ao dólar, as apostas de 2020 foram mantidas R$ 5,20 pela quinta semana consecutiva, após encerrar 2019 a R$ 4,0195. A moeda americana iniciou o forte período de volatilidade após o Carnaval, quebrando sucessivos recordes máximos de fechamento, chegando a se aproximar de R$ 6,00 em meados de maio.
Há quatro semanas, os analistas projetavam no Focus um dólar a R$ 5,20 no fim do ano. No ano que vem, as estimativas seguem em R$ 5,00, a mesma estimativa de quatro semanas atrás. Em 2022 as projeções foram reduzidas de R$ 4,85 para R$ 4,80 e, em 2023, mantida em R$ 4,80.