Por Gabriel Codas
Investing.com - Mais uma vez foi registrada uma redução nas expectativas do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 por instituições financeiras, com a intensificação dos efeitos negativos do coronavírus na economia e refletindo a crise política. Os economistas ouvidos pelo Boletim Focus do Banco Central (BC) passam a projetar que queda de 3,34% no ano, contra 2,96% na semana anterior. Há quatro semanas, a estimativa era de queda de 0,48%.
Além disso, os analistas reduziram as apostas de crescimento econômico de 3,10% para 3,00% em 2021, mantendo em 2,50% em 2022 e 2023. Na avaliação dos economistas, a crise provocada pela pandemia de coronavírus tem forte intensidade e dá os primeiros sinais de que a recuperação no próximo ano deve se dar em ritmo menos intenso do que anteriormente esperado.
Os analistas também revisaram para baixo a inflação oficial de 2020, de 2,23% da projeção da semana passada para 2,20%. Há quatro semanas, a aposta era de um IPCA a 2,94% no fim do ano. A aposta para o fechamento do ano-calendário segue abaixo do centro da meta de 4,00% e abaixo do da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Houve manutenção nas estimativas de inflação para 2021, com os analistas estimando o IPCA em 3,40%. A estimativa fica abaixo do centro da meta de inflação estipulado para o ano que vem, de 3,75%.
A redução na estimativa de crescimento e a perspectiva de queda da inflação este e no próximo ano levam os analistas a apostar em novas reduções da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Assim como na semana passada, os analistas projetam que a autoridade monetária deve realizar pelo menos mais dois cortes em 2020, uma de 0,5 ponto percentual na reunião de maio e outra de 0,25 no encontro de junho, indo do atual patamar de 3,75% para 3,0%. Os analistas não preveem novas reduções em diante. Há quatro semanas, a expectativa era que a Selic fechasse 2020 em 3,5%.
Os analistas também estimam que o ciclo da alta de juros se inicie ano que vem, com uma Selic a 4,25% no fim de 2021, em não mais em 4,50%, como na semana passada. Já para 2022 caiu de 6,00% para 5,88, e a de 2023 se manteve em 6,00%.
Em relação ao dólar, as apostas de 2020 foram mantidas R$ 4,80, após encerrar 2019 a R$ 4,0195. A moeda americana iniciou o forte período de volatilidade após o Carnaval, quebrando sucessivos recordes máximos de fechamento, como na última sexta-feira, quando chegou a ficar acima de R$ 5,70. Há quatro semanas, os analistas projetavam um dólar a R$ 4,50 no fim do ano. No ano que vem, as estimativas foram elevadas para R$ 4,55, depois de uma elevação na semana anterior para R$ 4,50.