O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 12, que em nenhum momento quis passar a mensagem de que alterou o tom ao referir-se a suas últimas declarações, que agradaram ao mercado ao reforçar o compromisso com a meta de inflação.
Galípolo afirmou que ficou satisfeito com a reação do mercado à sua última fala pública, feita na quinta-feira, mas que o tom é coerente com o de comentários feitos anteriormente pelo diretor, assim como com seus votos no Comitê de Política Monetária (Copom). "Fala e ação de diretor de política monetária têm que ser coerentes ... Olhar para um lado e tocar para o outro fica bem para o Ronaldinho Gaúcho", brincou.
Durante o Warren Institutional Day, evento da Warren Investimentos, Galípolo ressaltou que tem até 2027, fim de seu mandato, para mostrar o quanto preza pela credibilidade da instituição. Chamando atenção à autonomia do BC, o diretor de política monetária observou que as decisões da instituição se darão cada vez mais de maneira colegiada - ou seja, sem dissensos.
Ele frisou que a política monetária faz parte de um arcabouço legal e institucional, e não depende de posições idiossincráticas de um diretor A ou B. Cotado ao cargo, Galípolo reconheceu que se sente constrangido ao ser tratado como futuro presidente do BC. "Preciso reforçar que o presidente do BC é Roberto Campos Neto."
O diretor do BC aproveitou ainda o evento para, em nome de todo o BC, prestar solidariedade à família e aos amigos do economista Delfim Neto, que faleceu hoje.