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Galipolo terá que se acostumar à pressão da vida pública, diz Haddad

Publicado 04.09.2024, 20:37
© Reuters Galipolo terá que se acostumar à pressão da vida pública, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta 4ª feira (4.set.2024), que o indicado pelo governo federal para a presidência do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, terá que se acostumar a pressões caso seja aprovado para o cargo.

“Quem está na vida pública, sofre pressão. É natural que em um cargo desse entenda que ouvirá opiniões. (Vai) abrir o jornal e as pressões estarão lá’. É da vida pública, a pessoa tem que se acostumar, não adianta reclamar”, afirmou em entrevista à GloboNews.

O ministro foi perguntado sobre possíveis futuras pressões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Galípolo quanto à taxa de juros. Na 6ª feira (30.ago), Lula disse que “tudo bem” se o seu indicado elevar o patamar da Selic “desde que tenha uma explicação”. O aumento do percentual é a principal causa de atritos entre o chefe do Executivo e o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto – indicado por Jair Bolsonaro (PL) ao cargo no final de 2018.

Haddad disse que a pressão não é “de a, b ou c, mas da realidade do Brasil”.

Galípolo é diretor de Política Monetária do BC desde julho de 2023. Também indicado por Lula. Antes, foi secretario executivo do Ministério da Fazenda, o “número 2” de Haddad. O economista de 42 anos se encontrou com senadores na 3ª feira (3.set) para conseguir apoio ao seu nome. Para ascender à presidência da autarquia financeira, ele deve ser aprovado pelo Senado em sabatina.

“Ele é uma pessoa de fácil trato, angariou muitas amizades dentro do Banco Central. Transitou pela política, pela Fazenda, pelo mercado financeiro. É uma pessoa muito gabaritada.” Haddad que foi “um acerto” ele ter sido, antes, indicado à diretoria.

INDICAÇÃO DE GALÍPOLO AO BC

Leia o processo pelo qual Galípolo terá de passar:

  • o governo envia ao Senado por meio de mensagem a indicação do presidente do BC;
  • a mensagem é lida em plenário e enviada à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado;
  • é designado um relator, que fará um parecer para atestar se o indicado tem condições ou não de exercer o cargo;
  • o indicado é sabatinado pela CAE e a comissão analisa se chancela ou não. Dos 27 votos, precisa de maioria simples (metade dos presentes + 1);
  • o parecer, com a aprovação ou a rejeição, é lido no plenário do Senado;
  • os 81 senadores analisam o nome do indicado e votam a favor ou contra;
  • para ser aprovado no plenário, precisa ter maioria simples;
  • se aprovado, o Senado comunica a presidência, que publica o nome no Diário Oficial da União.

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