Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - As vendas no varejo dos Estados Unidos subiram em julho, quando os consumidores compraram uma série de produtos, mesmo reduzindo as compras de veículos, o que poderá ajudar a amenizar as preocupações dos mercados financeiros com um recessão.
O relatório do Departamento do Comércio divulgado nesta quinta-feira, entretanto, não deve mudar as expectativas de que o Federal Reserve vai cortar a taxa de juros novamente no próximo mês, uma vez que as notícias sobre o setor manufatureiro permanecem fracas, evidenciando o cenário difícil para a economia em meio às tensões comerciais e à desaceleração do crescimento mundial.
Uma importante parte da curva de rendimentos dos Treasuries se inverteu na quarta-feira pela primeira vez desde junho de 2007, provocando vendas nos mercados acionários. Uma curva de rendimentos inveertida dos Treasuries é historicamente um indicador de recessão iminente.
Os mercados financeiros precificam um corte de 0,25 ponto percentual na reunião de política monetária de 17 e 18 de setembro do banco central dos EUA. O Fed reduziu sua taxa de juros em 0,25 ponto no mês passado, citando a guerra comercial entre EUA e China e a desaceleração das economias globais.
As vendas no varejo subiram 0,7% no mês passado. Os dados de junho foram ligeiramente revisados para mostrar alta das vendas de 0,3% em vez de um aumento de 0,4%, como reportado anteriormente.
Excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentos, as vendas varejistas aumentaram 1% no mês passado após avançarem 0,7% em junho. O chamado número das vendas no varejo corresponde mais de perto ao componente de gastos do consumidor do Produto Interno Bruto (PIB).
Relatório separado do Departamento do Trabalho nesta quinta-feira mostrou que o número de norte-americanos que pediram auxílio-desemprego aumentou mais do que o esperado na semana passada, mas a tendência continua apontando para um mercado de trabalho forte.
Os sólidos gastos dos consumidores estão amortecendo parte dos efeitos na economia das perdas na manufatura, destacado pela fraqueza no investimento empresarial.
As dificuldades do setor foram realçadas por um terceiro relatório dO Fed nesta quinta-feira, mostrando que a produção manufatureira contraiu 0,4% em julho. A produção nas fábricas caiu mais de 1,5% desde dezembro de 2018.