ROMA (Reuters) - A Itália não tem intenção alguma de se juntar à coalizão liderada pelos Estados Unidos que ataca o Estado Islâmico na Síria, afirmou o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, neste domingo, acrescentando que a ofensiva aérea só trará mais caos à região.
A oposição de centro-direita tem pressionado Renzi a seguir os passos da Grã-Bretanha, que na última semana concordou em fazer parte das missões na Síria, mas Renzi afirmou ao jornal Corriere della Sera que a Itália se manterá à margem do conflito.
"Se se tornar um protagonista significa zelar por bombardeios causados por outros, então eu digo "não, obrigado", disse Renzi, segundo o jornal.
"A posição da Itália é clara e sólida. Nós queremos exterminar os terroristas, não agradar os especialistas. A única coisa que não precisamos é multiplicar as reações no local do confronto, sem uma visão estratégica", disse.
O primeiro-ministro comparou o bombardeio na Síria à ofensiva aérea da Otan contra a Líbia em 2011, que ajudou os rebeldes a derrubarem Muammar Gaddafi, marcando o início de mais quatro anos de guerra civil naquele país.
Ele afirmou que Itália fora pressionada pelo então presidente francês Nicolas Sarkozy a fazer parte dos ataques. "Quatro anos de guerra civil na Líbia mostram que aquela não foi uma decisão feliz. Hoje precisamos de uma estratégia diferente."
E acrescentou: "O que não podemos permitir é uma repetição do que ocorreu na Líbia."
Os EUA e seus aliados vem bombardeado o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, tentando afastar o grupo das faixas territoriais que eles dominam nos dois países.