São Paulo, 20 fev (EFE).- O Governo anunciou nesta quinta-feira um corte de gastos de R$ 44 bilhões do Orçamento de 2014, destinado a equilibrar as contas públicas e garantir a meta de superávit fiscal que foi imposta para o ano.
O corte para este ano supera o de R$ 38 bilhões anunciado em 2013 igualmente para equilibrar as contas públicas e se estende a todos os setores do Governo, com exceção das despesas destinadas à educação, saúde, desenvolvimento social e ciência e tecnologia.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a ministra de Planejamento, Miriam Belchior, informaram que a meta de superávit fiscal primário para 2014 foi fixada em R$ 99 bilhões, equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, a mesma porcentagem alcançada em 2013.
Para Mantega, o corte do orçamento tem como objetivo a "consolidação fiscal", que contribuirá com a redução da inflação e o crescimento sustentado do país, que, segundo suas previsões, será de 2,5% neste ano, expansão acima dos 1,79% que preveem os analistas do mercado financeiro para este ano.
"Embora esteja ocorrendo uma recuperação da economia internacional, esta recuperação está sendo lenta, mais lenta do que o mercado prevê", afirmou Mantega em entrevista coletiva.
O superávit primário é a diferença entre os ingressos e as despesas do setor público, incluindo empresas estatais e Governos regionais e municipais, sem levar em conta o destinado ao pagamento de juros da dívida.
Em 2013, o esforço fiscal do setor público somou R$ 91 bilhões, equivalente a 1,9% do PIB, uma porcentagem situada abaixo da meta fixada para o ano passado e o mais baixo desde 2001.
O corte de gastos do Governo neste ano para alcançar a meta fiscal superou o de 2013, mas foi muito inferior ao de 2012, quando o orçamento foi reduzido em R$ 55 bilhões.