Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) -O governo central registrou déficit primário de 39,389 bilhões de reais em novembro, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira, diante de uma aceleração nas despesas acompanhada de perdas na arrecadação de tributos ligados ao desempenho das empresas. O resultado do governo central, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, veio no mês passado pior que o saldo negativo de 35,5 bilhões de reais projetado por analistas em pesquisa da Reuters.
Em valores corrigidos pela inflação, o dado de novembro foi o segundo pior para o mês da série histórica do Tesouro iniciada em 1997, melhor apenas que o rombo de 54,415 bilhões de reais registrado em novembro de 2016.
No mês, as despesas totais do governo cresceram 20,0% acima da inflação na comparação com mesmo mês de 2022, ritmo bem mais forte do que a alta de 4,2% observada na receita líquida, que desconta as transferências a Estados e municípios.
As receitas do governo foram impactadas negativamente por recuos na arrecadação de Imposto de Renda, que caiu 3,7 bilhões de reais em relação a novembro de 2022, e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), uma baixa de 2,8 bilhões.
Do lado das despesas, o destaque ficou com um aumento de 11,3 bilhões de reais em apoio financeiro a Estados e municípios, além de 9,8 bilhões relacionados ao aumento do custo do programa Bolsa Família.
No acumulado dos primeiros onze meses do ano, as contas federais registraram déficit de 114,631 bilhões de reais, ante um superávit de 49,658 bilhões no mesmo período de 2022.
Em 12 meses até novembro, o saldo fiscal ficou negativo em 109,7 bilhões de reais. Em dados corrigidos pela inflação, o déficit corresponde a 1,05% do PIB.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)