O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 30, que, se a pasta tivesse conseguido aprovar no Congresso todas as medidas que propôs no ano passado, o Brasil teria zerado o déficit primário este ano, e de forma sustentável. "Eu entendo que, macroeconomicamente, seria melhor fazer o ajuste de uma vez por todas, em um ano", comentou. "A gente teria juros menores, dólar menor e talvez um crescimento projetado um pouco maior. Não deu tudo, mas fomos super bem."
Em um evento da Associação Brasileira de Franchising (ABF), em São Paulo, Haddad afirmou que parte disso é a característica da democracia, que exige que se converse com diversos grupos. E ponderou que, de qualquer forma, a Fazenda aprovou "várias agendas reparadoras", como o novo arcabouço fiscal.
Sobre a regra fiscal, Haddad disse que a limitação ao crescimento da despesa, equivalente a 70% da alta da despesa e limitada a 2,5%, contrata o equilíbrio fiscal "em algum momento da vida" e levou a um aumento da nota de crédito soberano do Brasil. "Não dá para você pagar o IPCA", afirmou, em uma crítica indireta ao teto dos gastos, que limitava o crescimento das despesas à inflação.
O ministro disse que, na mudança de governo, a PEC da transição apenas colocou no Orçamento despesas que já estavam contratadas e afirmou que o governo está tentando retomar a harmonia entre os Poderes.