BRASÍLIA (Reuters) - A inadimplência no Brasil caiu a 4,8 por cento em março, ante 5,0 por cento em fevereiro, com os empréstimos ficando mais baratos em meio ao ciclo de afrouxamento nos juros conduzido pelo Banco Central.
Os dados, divulgados nesta quinta-feira pelo BC, são referentes ao segmento de recursos livres, em que as taxas de juros são livremente definidas pelos bancos.
Neste recorte, os juros médios foram a 41,4 por cento ao ano em março, redução de 0,8 ponto percentual sobre fevereiro, interrompendo dois meses de alta consecutiva.
Segundo o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, as concessões das modalidades mais caras voltaram a pesar menos nas estatísticas após o final de ano, explicando a queda nos juros médios agora.
Num quadro de fraca inflação e crescimento irregular da economia, o BC prosseguiu o ciclo de cortes na Selic em março, levando a taxa ao patamar histórico de 6,50 por cento ao ano. Diante da permanência do mesmo cenário econômico, a expectativa é de novo corte em maio.
O BC informou ainda que o spread bancário --diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada pelos bancos ao consumidor final-- cedeu 0,4 ponto sobre o mês anterior, passando a 33,7 pontos percentuais.
No acumulado do primeiro trimestre, contudo, o quadro ainda é de crédito mais caro a despeito da inadimplência menor e do ciclo de afrouxamento monetário do BC.
De janeiro a março, a inadimplência no segmento de recursos livres caiu 0,1 ponto. Ao mesmo tempo, os juros médios subiram 1,1 ponto e o spread bancário avançou 1,9 ponto percentual.
ESTOQUE
O estoque de crédito total do Brasil subiu 0,6 por cento em março sobre o mês anterior, a 3,082 trilhões reais, número que considera também o saldo de crédito direcionado. Com isso, alcançou 46,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
No primeiro trimestre, o estoque teve retração de 0,3 por cento, exibindo alta de 0,1 por cento no acumulado em 12 meses.
Para o ano, a expectativa do BC é de que haja avanço de 3,5 por cento em 2018, puxado pelo avanço no crédito livre.
(Por Marcela Ayres)