BRASÍLIA (Reuters) - O Congresso Nacional abriu sessão nesta quarta-feira para votar, entre outros temas, o veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste da tabela de Imposto de Renda da Pessoa Física.
Mas, mesmo após mobilização do governo na terça para negociar com o Legislativo e produzir uma Medida Provisória tratando justamente da correção da tabela do IR para tentar evitar a derrubada do veto, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que caberá à Casa decidir se mantém ou não a negativa presidencial.
"Vamos aguardar a decisão do Congresso. Ninguém substitui o Congresso Nacional", disse Renan a jornalistas.
"Entendo que a edição da medida provisória, como produto de uma negociação do Congresso, amplia sem dúvida nenhuma o papel do Congresso Nacional e das duas Casas. E muda um pouco a sistemática até então adotada de edição de medida provisória", afirmou o presidente.
O projeto vetado por Dilma prevê um reajuste integral na tabela de 6,5 por cento.
Na terça-feira, o governo entrou em campo para negociar sobre o tema e aceitou inserir em uma medida provisória publicada nesta quarta uma correção escalonada da tabela do Imposto de Renda proposta pelos aliados, abrindo mão de mais de 6 bilhões em receitas.
Na semana passada, em clara demonstração de insatisfação com o governo, Renan surpreendeu o Executivo e devolveu a medida provisória 669, que tratava de desonerações tributárias para vários setores da economia, argumentando que não cumpria os preceitos constitucionais.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)