Buenos Aires, 15 mai (EFE).- O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na Argentina subiu no último mês de abril até 2,7% em relação ao mês anterior e acumula um aumento de 9,6% neste ano, informou nesta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
Os preços subiram 25,5% no mês passado em termos anualizados, em comparação com abril de 2017.
No meio da forte desvalorização que o peso registrou nas últimas semanas, o IPC acumulado nos quatro primeiros meses do ano vai se aproximando da meta de inflação de 15% estabelecida pelo governo para todo 2018, que segundo diversos analistas não será cumprida.
O aumento dos preços em abril se deveu, em maior medida, aos fortes aumentos dos preços regulados dos serviços públicos, os conhecidos como "tarifaços" na água, na eletricidade, no gás e outros combustíveis, que variaram 51% no cômputo anualizado, 13,9% no acumulado no ano e 8% em relação ao mês anterior.
Para 2018, o Banco Central da Argentina tinha fixado inicialmente uma meta de inflação de 10%, com uma variação para cima ou para baixo de dois pontos percentuais, mas em dezembro do ano passado o governo anunciou que havia decidido aumentar esse objetivo até 15%.
As polémicas altas nas faturas dos serviços públicos - que o Executivo defende como necessárias para incrementar o investimento no setor energético após anos de tarifas estancadas - são um dos fatores que mais causam impacto nos preços, embora o Executivo tenha reiterado em várias ocasiões que os dados de maio melhorarão porque esses aumentos terão acabado.
No entanto, o governo já alertou que a abrupta queda do peso das últimas duas semanas, que levou o presidente Mauricio Macri a negociar um crédito com o Fundo Monetário Internacional, também acabará elevando a inflação.
Os preços ao consumidor acumularam em todo 2017 um aumento de 24,8%, quase oito pontos percentuais a mais que a meta de 17% estabelecida para esse ano pelo Banco Central argentino.