Investing.com - A inflação nos Estados Unidos, medida pelo PCE, subiu 0,1% em dezembro, segundo dados divulgados hoje, 27, igual ao mês anterior. No acumulado de 12 meses, a inflação norte-americana avançou 5%, abaixo do resultado prévio de 5,5%.
Quando observado apenas o núcleo do índice de preços PCE, excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o resultado de dezembro veio em 0,3%, igual ao projetado, mas acima dos 0,2% revisados do mês anterior.
No acumulado do ano, o núcleo do índice veio em 4,4%, igual à expectativa e abaixo dos dados prévios de 4,7%.
O PCE é um dos principais indicadores que o Federal Reserve usa em suas deliberações sobre as taxas de juros.
Às 10h34, após a divulgação dos dados, os futuros da Nasdaq 100 recuavam 0,35%, enquanto os da S&P 500 caíam 0,19% e da Dow Jones subiam 0,04%.
Ainda que a inflação tenha mostrado um desaquecimento ao longo do ano, segue superior à meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve Fed, que iniciou um ciclo de aperto monetário - o mais rápido desde os anos 1980. Com a alta nos juros, o receio do mercado é de que a economia americana enfrente uma recessão em 2023, levando em consideração que os efeitos de política monetária tendem a demorar. Com alta nos custos de empréstimos, diminui a demanda por bens. Os últimos dados de PMIs americanos mostram uma desaceleração, mesmo que o mercado de trabalho esteja aquecido.
No ano passado, a autoridade monetária americana elevou as fed funds em 425 pontos-base, saindo de quase zero para uma faixa de 4,25%-4,50%. Esse foi o nível mais alto para os juros dos EUA desde o final de 2007. O consenso dos analistas de mercado é de que o Fed deve subir a taxa-alvo em 0,25 ponto percentual na próxima decisão de política monetária, que ocorre na quarta-feira, 1º de fevereiro.
CONFIRA: Monitor da Taxa de juros do Federal Reserve
"Lemos a divulgação como marginalmente dovish, principalmente quando consideramos as surpresas e revisões baixistas do Personal Income e do Personal Spending, reforçando a perspectiva de que o ciclo de alta de juros está muito próximo do fim", afirma Guilherme Souza, da Ativa Investimentos.