Bruxelas, 21 jul (EFE).- Os chefes de Estado e governo da zona do euro iniciaram nesta quinta-feira uma cúpula crucial para o futuro da moeda europeia, convencidos de que haverá um acordo sobre o segundo resgate à Grécia que porá um fim no assédio dos mercados.
A possibilidade de um acordo entre os 17 líderes se materializou após o pacto alcançado na noite passada em Berlim entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em uma longa reunião da qual também participou o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.
Apesar dos detalhes desse acordo não terem sido revelados, os poucos líderes que deram declarações ao chegar à cúpula extraordinária se mostraram convencidos de que haverá um consenso.
"Conto com que haverá um novo pacote de ajuda à Grécia", afirmou Merkel ao chegar à sede do Conselho Europeu, acrescentando que um novo resgate grego enviaria um "importante sinal" aos mercados, que nas últimas semanas castigaram outros países periféricos, como a Espanha e a Itália.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirmou estar seguro de que será encontrada uma "boa solução" para a Grécia e para todos os membros da zona do euro.
Na mesma linha, o presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, apontou estar convencido de que a cúpula chegará a uma saída e considerou "útil" a reunião franco-alemã desta quarta-feira.
Juncker ressaltou que é necessária uma solução global, visto que o grupo não pode se reunir a "cada duas semanas", nem apresentar "soluções parciais" a cada 14 dias.
A Alemanha e outros países da zona do euro vinham insistindo durante meses que o setor privado deveria ter uma participação substancial no segundo resgate, para que não recaísse só nos Estados.
A nova diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ministra francesa de Finanças até há poucas semanas, Christine Lagarde, também chegou à reunião, na qual participam ainda representantes de alguns dos principais bancos europeus.
O segundo resgate grego foi calculado de forma geral por diversas fontes em torno dos 110 bilhões de euros, um número similar ao do primeiro acordo, firmado em maio do ano passado. EFE