WASHINGTON (Reuters) - A construção de novas moradias nos Estados Unidos caiu inesperadamente em setembro, em meio à persistente escassez de insumos e mão de obra que está prejudicando o mercado imobiliário e a atividade econômica em geral.
O início de construção de moradias recuou 1,6%, para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 1,555 milhão de unidades, no mês passado, informou o Departamento de Comércio nesta terça-feira. Os dados de agosto foram revisados para baixo, para 1,580 milhão de unidades, ante 1,615 milhão relatadas anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters projetavam aumento para 1,620 milhão de unidades.
As concessões de alvarás para futuras construções de casas caíram 7,7%, para 1,589 milhão de unidades, no mês passado.
Embora os preços da madeira tenham caído nos últimos meses, esses valores mais baixos ainda não chegaram às construtoras. Materiais de construção, como janelas e caixas de disjuntores, estão escassos. A cadeia de abastecimento foi prejudicada pela piora da dinâmica do mercado de trabalho devido à pandemia de Covid-19, que elevou os preços em todos os segmentos da economia.
O início de construção de moradias caiu de um ritmo de 1,725 milhão de unidades em março, patamar acima de uma máxima em 14 anos e meio. Há um grande acúmulo de casas autorizadas para construção, mas ainda não iniciadas.
O mercado imobiliário foi impulsionado no início da pandemia do coronavírus por um êxodo das cidades para os subúrbios e outros locais de baixa densidade, à medida que os norte-americanos buscavam acomodações mais espaçosas para home office e ensino remoto. Essa demanda está diminuindo conforme os trabalhadores retornam aos escritórios e as escolas são reabertas para o aprendizado presencial, graças à vacinação contra a Covid-19.
A alta inflação também está elevando as taxas de hipotecas. A taxa fixa de 30 anos subiu para uma média de 3,05 na semana passada, de 2,99% na semana anterior, de acordo com dados da gigante hipotecária Freddie Mac.
Embora ainda baixo para os padrões históricos, o aumento nos custos dos empréstimos pode deixar a compra de uma moradia menos acessível para alguns compradores de primeira viagem. Os preços de moradias registraram um crescimento recorde de dois dígitos em julho em uma base anual.
(Por Lucia Mutikani)