Investing.com - O núcleo da inflação dos Estados Unidos, medido pelo núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), em agosto veio acima do esperado pelos mercados, segundo dados divulgados hoje, 13. O resultado do mês passado somou 0,6%, maior do que os 0,3% esperados e aos 0,3% revisados de julho.
Sobre o acumulado do último ano, o núcleo do IPC ficou em 6,3%, também um pouco acima dos 6,1% previstos e do resultado prévio revisado de 5,9%. O núcleo do IPC exclui preços voláteis, como commodities e alimentos.
A inflação cheia medida pelo IPC chegou a 0,1%, acima da deflação esperada de -0,1% esperados pelo mercado e superior aos 0,0% revisados do mês anterior.
Ainda assim, a inflação na base anual chegou a 8,3%, um pouco acima dos 8,1% previstos, mas abaixo dos 8,5% anteriores.
Às 09h42, após a divulgação dos resultados, os futuros da Nasdaq 100 passaram a recuar 1,55%, enquanto os da S&P 500 e da Dow Jones começaram a cair 1,16% e 0,84%, respectivamente.
O Ibovespa Futuros opera com queda de 1,05% e o dólar avança 1,35%, a R$ 5,1617.
Com esse resultado, Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, afirma que passa a projetar que o Fed irá subir o juro em mais uma oportunidade em 75bps, ante os 50bps projetados anteriormente. "Também não é desprezível o aumento de probabilidade de assistirmos uma elevação de 75bps também na reunião de novembro, ainda que não seja preponderante em nossa avaliação", explica.
Segundo Sanchez, por enquanto, o intervalo de taxa terminal projetado foi mantido em 3,75%-4,00%, "visto que ainda não apostamos que o Fed conduzirá o juro para além disso tendo em vista sua comunicação recente, que teve um enfoque grande no ritmo em detrimento da fim de ciclo (o que é natural), mas não é desprezível a probabilidade de se romper tal patamar".
Para Heitor De Nicola, sócio e assessor de renda variável da Acqua Vero Investimentos, a alta no mês de agosto corrobora com a ideia de uma inflação ainda persistente, e afeta diretamente a expectativa de que o Fed poderá promover mais um aumento de na taxa básica na próxima reunião do dia 21 de setembro, mantendo o ciclo altista de juros. "Um eventual novo aumento à taxa básica de juros fortalece o dólar e, no curto prazo, afeta negativamente o mercado acionário, uma vez que esse cenário impulsiona uma rotação do fluxo de dinheiro saindo da bolsa e indo para ativos com melhor custo de oportunidade", completa.