Por Julio Alves
Investing.com – A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,44% em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 9. O consenso do mercado, levantado pelo Investing.com, era de uma alta de 0,46%.
Em agosto, o indicador registrou deflação de 0,02% e, no acumulado de 12 meses, subiu 4,42%, encostando na banda superior do intervalo de tolerância definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. No ano, a alta é de 3,31%.
As principais contribuições para a inflação de setembro foram habitação, com alta de 1,80% (+0,27 p.p.), devido ao aumento da energia elétrica residencial (+5,36%); alimentação e bebidas, que subiram 0,50% (+0,11 p.p.), destacando-se aumentos no mamão (+10,34%) e laranja-pera (+10,02%)
O item “transportes” teve uma elevação de 0,14%, devido à alta de passagens aéreas (+4,64%), amenizada pela queda em combustíveis (-0,02%).
Para o economista-chefe da G5 Partners, Luis Otavio Leal, o IPCA de setembro foi "um número difícil de separar o ruído da tendência". Em sua visão, tanto o resultado cheio, quanto as medidas qualitativas foram distorcidas por eventos pontuais que podem até perdurar por mais algumas divulgações, mas pouco refletem as condições de consumo, algo que o banco central tenta extrair dos índices de preços. "Isso não significa, entretanto, que o resultado de hoje não tenha importância. Por exemplo, corrobora a nossa percepção de que o grupo ‘alimentação no domicílio’ será uma dor de cabeça para o IPCA do final do ano, principalmente por conta do grupo de ‘carnes’, que já sobe mais de 6% no atacado e tem um peso relevante no índice geral (2,35%)", concluiu em nota divulgada em suas redes sociais.