Garanta 40% de desconto
💎 WSM subiu +52.1% desde que foi selecionada por nossa estratégia de IA em dezembro. Acesse todas as açõesAssine agora

Brasil tem deflação de 0,38% em maio e IPCA registra menor nível em 22 anos

Publicado 10.06.2020, 09:06
Atualizado 10.06.2020, 11:10
© Reuters. (Blank Headline Received)

© Reuters. (Blank Headline Received)

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os preços de combustíveis voltaram a cair e a alta dos alimentos desacelerou, levando a deflação a ganhar força no Brasil em maio e chegar ao patamar mais baixo em 22 anos, em meio às consequências da pandemia de coronavírus.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou em maio queda de 0,38% depois de ter caído 0,31% em abril, informou Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Maio marcou o segundo mês seguido de deflação e esse é o resultado mensal mais fraco para o índice desde agosto de 1998, quando os preços caíram 0,51%.

"Três grupos merecem destaque em maio: transportes caíram menos devido à menor queda da gasolina, houve desaceleração nos alimentos e os artigos de residência saíram do negativo para positivo", destacou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Com isso, em 12 meses a inflação acumulada foi ainda mais abaixo do piso da meta oficial, chegando a 1,88% em maio, de 2,40% no mês anterior. O objetivo de inflação para este ano é de 4% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de recuo de 0,46% na variação mensal e alta de 1,80% em 12 meses.

Tanto as medidas de isolamento para contenção do coronavírus quanto recentes reduções no preço da gasolina pela Petrobras (SA:PETR4) vêm influenciado a movimentação de preços no Brasil.

Em maio, a maior pressão veio da queda de 4,56% nos preços dos combustíveis, levando o grupo Transportes a recuar 1,9%, embora tenha marcado um recuo menor do que o de 2,66% visto em abril.

A gasolina recuou 4,35%, menos do que a queda de 9,31% em abril. O custo do etanol recuou 5,96% e do óleo diesel teve queda de 6,44%. Já as passagens aéreas recuaram 27,14%.

Entretanto, o cenário para os custos dos combustíveis deve mudar em junho, possivelmente contribuindo para uma aceleração do IPCA.

"Tivemos aumento de preços na gasolina e eles podem impactar o índice em junho e mudar a trajetória", disse o gerente da pesquisa.

Dos nove grupos pesquisados, cinco tiveram deflação em maio, com quedas ainda nos preços Habitação (-0,25%), Vestuário (-0,58%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,10%) e Despesas Pessoais (-0,04%).

ALTAS

No lado das altas, os preços de Artigos de residência subiram 0,58% puxados pela alta dos artigos de TV, som e informática.

“Esse aumento pode ter relação com o dólar, com o efeito pass-through, quando a mudança no câmbio impacta os preços na economia. E artigos eletrônicos normalmente são mais afetados porque têm muito componentes importados. Então a desvalorização do real acaba impactando o preço desses produtos também”, explicou Kislanov.

Já Alimentação e bebidas avançou 0,24%, desacelerando ante a alta de 1,79% em abril. Cenoura (-14,95%) e frutas (-2,1%), que haviam subido em abril, passaram a cair em meio, e contribuíram para que a alta da alimentação no domicílio passasse de 2,24% para 0,33% em maio.

“O grupo dos alimentos voltou a ser o de maior peso por conta da pandemia. Como eles ficaram mais caros e os transportes mais baratos, houve uma mudança nos pesos do índice", disse Kislanov.

Os consumidores no países devem permanecer cautelosos em meio à crise econômica, que provocou uma contração de 1,5% da economia do país no primeiro trimestre, com o cenário apontando para uma recessão histórica.

Entretanto, a reabertura da economia pode contribuir também para o IPCA voltar a subir, impactando principalmente o setor de serviços, cujos preços tiveram queda de 0,45% em maio.

© Reuters. (Blank Headline Received)

"A reabertura de lojas e prestação de serviços pode causar mais movimento na economia e isso pode influenciar nos preços, mas o cenário é ainda incerto. A flexibilização das medidas de isolamento pode movimentar a economia e mexer com indicador de serviços", destacou Kislanov.

O Banco Central volta a se reunir na próxima semana para decidir sobre a política monetária em meio a essa crise econômica, e a expectativa é de nova redução da taxa básica Selic, atualmente em 3%.

Na pesquisa Focus mais recente realizada pelo BC junto a economistas, a expectativa é de que a inflação termine este ano a 1,53%.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.