Investing.com – A XP Investimentos (BVMF:XPBR31) entende que os riscos para a inflação continuam, apesar do alívio recente, o que motivou a revisão na sua estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao final deste ano, de acordo com relatório macro mensal do mês de outubro divulgado nesta sexta-feira, 04.
A XP alterou a projeção para inflação deste ano de 4,4% para 4,6%, diante de pressões na energia elétrica, enquanto a estimativa do ano que vem foi revisada de 4% para 4,1% com mudanças nos preços de proteínas.
“O alívio na inflação de curto prazo tende a ser temporário, dados os fundamentos desafiadores - baixa ociosidade na economia, problemas climáticos, taxa de câmbio mais depreciada”, destacam Caio Megale, economista-chefe, Rodolfo Margato, Alexandre Maluf, Tiago Sbardelotto e Francisco Nobre, economistas, e Luiza Pineze, estagiária de economia da XP.
Com desancoragem das expectativas e dólar elevado, a XP segue enxergando Selic terminal em 12 %. O cenário base é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central acelere o ritmo de aumentos para meio ponto na reunião de novembro.
“O risco parece ser de alta (Selic mais elevada), caso a menor capacidade ociosa da economia pressione a inflação adiante. Uma possível apreciação cambial, por outro lado, pode ser um fator positivo”, completa a XP.
Outras projeções para este ano foram mantidas, como a do dólar, que segue em R$5,40, e da atividade econômica medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), que continua em 3,1%. Com ciclo de alta na Selic, a tendência seria de desaceleração da atividade do próximo ano, que terminaria em 1,8%.
O cenário base é de cumprimento do limite inferior da meta de resultado primário neste ano, mas a XP pondera que as perspectivas para ano que vem são incertas e desafiadoras.
No ambiente internacional, a XP espera cortes de juros nos Estados Unidos e mais estímulos na China. A projeção é de reduções das fed funds pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Federal Reserve dos EUA em um quarto de ponto nas próximas reuniões, até o patamar de 3,5%.