SÃO PAULO (Reuters) - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana, disse nesta segunda-feira que "pode, sim, haver" janela na qual economias centrais sigam com crescimento relevante e sem pressões inflacionárias, o que seria o "melhor dos cenários".
Ele alertou, entretanto, que episódios assim em estágios avançados de ciclo econômico são "relativamente raros".
"Por isso temos enfatizado riscos de desaceleração mais forte (na economia mundial), e alguns preços de mercado parecem embutir essa possibilidade de forma clara", afirmou Viana em evento do Itaú Unibanco (SA:ITUB4) em São Paulo.
Viana reiterou que o câmbio no Brasil é "flutuante" e que o papel do BC é garantir que o mercado cambial esteja funcionando a contento, que os preços reflitam os fundamentos.
Sobre a conversibilidade da moeda brasileira, como já falado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, Viana disse que é um "norte" e que já houve nas últimas duas décadas flexibilização relevante nas regras cambiais.
Segundo o diretor, a conversibilidade traz benefícios especialmente em momentos de estresse nos mercados, já que o temor de impossibilidade de determinadas operações cambiais se reflete em aumentos de custos no mercado e na economia.
Viana foi questionado sobre a definição da meta de inflação para 2022 e disse que a discussão se dará no âmbito "não conjuntural", com considerações sobre a meta de longo prazo e o que é preciso para se cumpri-la.
(Por José de Castro)