Por Leika Kihara e Kaori Kaneko
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou o levantamento do estado de emergência em Tóquio e quatro áreas restantes nesta segunda-feira, mas alertou que ele pode ser reinstaurado se o ritmo das infecções por Covid-19 aumentar.
As medidas de distanciamento social foram afrouxadas na maior parte do Japão a partir de 15 de maio devido à diminuição das infecções, mas o governo manteve Tóquio e quatro outras regiões sob vigilância.
Abe também disse em uma coletiva de imprensa que o valor total de dois pacotes de estímulo econômico passará de 200 trilhões de ienes, mas que ainda levará um tempo considerável para se voltar à vida normal enquanto se controla os riscos de infecção.
Ele acrescentou que o país conseguiu manter a infecção de coronavírus sob controle em um mês e meio à sua maneira e que isto mostrou a força do "modelo Japão".
O ministro da Economia japonês disse aos repórteres mais cedo nesta segunda-feira que recebeu aprovação de conselheiros destacados para anular o estado de emergência em todas as regiões restantes.
"Embora o estado de emergência vá ser suspenso, é importante expandir a atividade econômica em estágios enquanto estabelecemos um novo modo de viver", disse Yasutoshi Nishimura, acrescentando que o chefe do conselho consultivo recomendou um monitoramento cuidadoso das prefeituras de Tóquio, Kanagawa e Hokkaido, onde os casos oscilaram.
A terceira maior economia do mundo escapou de um surto explosivo, tenho tido mais de 16.600 infecções e 839 mortes até o momento, de acordo com a emissora pública NHK – mas a epidemia a empurrou para uma recessão e a popularidade de Abe a uma baixa que não se via há anos.
Uma pesquisa do jornal Asahi realizada no final de semana mostrou o índice de aprovação do premiê em 29% – o mais baixo desde que ele voltou ao poder no final de 2012 – e o índice de desaprovação em 52%. Os resultados vieram em linha com os de uma sondagem do jornal Mainichi publicada no sábado.
A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, já havia dito que a capital entraria no "primeiro estágio" do relaxamento das restrições assim que o estado de emergência fosse retirado.
Para apoiar uma economia que ruma para sua pior retração na história do pós-guerra, o governo está estudando um estímulo adicional de 100 trilhões de ienes, a maior parte ajuda financeira para empresas, noticiou o jornal Nikkei nesta segunda-feira.
(Reportagem adicional de Kiyoshi Takenaka, Chang-ran Kim, Sakura Murakami e Linda Sieg; redação adicional de Elaine Lies)