As taxas de juros abriram em queda a sessão desta terça-feira (14) com os investidores do mercado de juros digerindo as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ontem à noite em sua participação no programa Roda Vida. No meio da manhã, a divulgação de dados de inflação medida pelo CPI nos Estados Unidos deve influenciar a tendência das taxas na medida em que vai direcionar o rumo dos Treasuries.
Às 9h13, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 era 13,44% de 13,51% do ajuste de segunda-feira, 13, e a do DI para janeiro de 2025 tinha a 12,83%, de 12,97% no ajuste anterior. Já a taxa para o vencimento em 2027 exibia 12,94% ante 13,11% da véspera.
"Campos mostrou-se conciliador e colaborativo com o novo governo, sem abrir mão de seus princípios como a manutenção da autonomia formal do BC, a política monetária restritiva para conter a inflação elevada, as atuais metas de inflação e o regime de livre flutuação cambial", diz a LCA Consultores, em nota nesta manhã.
O presidente do BC garantiu que não propôs em nenhum momento ao governo mudanças na meta de inflação. Ele reconheceu apenas discussões para aprimoramento do regime de metas, visando sua eficiência. Também disse que não discutiu a revisão da meta nem com o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nem com seu antecessor, Paulo Guedes. O tema tampouco foi discutido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assegurou.
Lula e Haddad têm um encontro às 10h, no Palácio do Planalto, para debater a eventual mudança na meta de inflação, segundo o G1. Nesta quinta-feira, 16, o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne pode debater a questão se houver decisão do presidente sobre o tema.
Nesta terça, o Tesouro Nacional faz leilão no qual ofertará Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B) e de Letras Financeiras do Tesouro (LFT). Nas NTN-B, serão ofertados papéis para 15/8/2026, 15/5/2033 e 15/8/2050. Nas LFT, serão ofertados os vencimentos 1/3/2026 e 1/3/2029.
No exterior, os retornos dos Treasuries e o dólar ante divisas rivais recuavam neste início da manhã, à espera pela inflação ao consumidor americano. A mediana das estimativas de 25 analistas consultados pelo Projeções Broadcast aponta alta de 0,5% para o CPI em janeiro, na comparação mensal, acima do avanço mensal de 0,1% em dezembro, e para o núcleo, que exclui os voláteis itens de energia e alimentos, +0,4%, igual à leitura do mês anterior
No radar estão, ainda, novas sinalizações de política monetária por membros do Federal Reserve (Fed). Nas últimas semanas, os dirigentes do BC americano vêm sinalizando que o aperto de juros está incompleto e que terão de elevar ainda mais as taxas para trazer a inflação de volta à meta oficial de 2%.