Por Jonnelle Marte
(Reuters) - O assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse nesta quinta-feira esperar que a taxa de desemprego dos Estados Unidos volte a níveis de um dígito já neste mês e que o crescimento no terceiro trimestre seja de 20% ou mais, conforme a economia se recupera da recessão desencadeada pela pandemia de coronavírus.
"O ponto-chave que gostaria de destacar é que a economia está se recuperando, parece uma recuperação em forma de V e que as notícias recentes estão ainda melhores do que há um mês", disse Kudlow ao participar de conferência virtual organizada pelo Conselho das Américas.
Sua perspectiva otimista contrasta com comentários de várias autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que disseram nesta semana que a recuperação está desacelerando após o ressurgimento das infecções por coronavírus e que a economia norte-americana não conseguirá se recuperar totalmente até que o vírus esteja sob controle.
O número de pessoas no país que pediram auxílio-desemprego caiu para menos de um milhão na semana passada pela primeira vez desde meados de março, mas economistas disseram que isso provavelmente foi causado pelo vencimento de um complemento semanal de 600 dólares, o que desencorajou alguns de solicitarem a ajuda.
Kudlow citou a queda nas solicitações como sinal de que o mercado de trabalho está se recuperando. Questionado se a economia precisa de outra rodada de estímulo, Kudlow afirmou que os recentes decretos assinados pelo presidente Donald Trump devem proporcionar algum alívio.
Essas medidas prorrogam o complemento do auxílio-desemprego a um nível menor de até 400 dólares por semana e mantêm congelados os juros e pagamentos de empréstimos estudantis. Mas vários economistas disseram nesta semana que as medidas de Trump, que provavelmente enfrentarão desafios legais, devem ter um impacto mínimo na economia.
Kudlow afirmou que os esforços bipartidários para fornecer ajuda a pequenas empresas e pagamentos diretos às famílias também podem ajudar, mas observou que as negociações com os democratas estão "paralisadas".