Pequim, 7 jun (EFE).- O Banco Popular da China (PBOC) baixará a taxa de juros em 25 pontos básicos, o que representa a primeira medida do tipo em mais de três anos.
Segundo informou nesta quinta-feira a agência oficial de notícias "Xinhua", o anúncio do banco central chinês entrará em vigor amanhã, depois de quatro anos de aumentos das taxas, que foram feitas em até cinco ocasiões com o objetivo de diminuir a liquidez.
Depois da baixa, a taxa de juros anuais por depósito cairá 3,25%, enquanto a dos empréstimos anuais baixará até 6,31%. O limite da faixa de flutuação das taxas dos depósitos será ajustado em 1,1 sobre o valor de referência, e os bancos poderão oferecer até 20% de desconto aos mutuários.
A decisão do banco central chinês acontece enquanto o resfriamento da economia do país asiático levantou certas preocupações em torno de uma possível freada brusca, de acordo com a "Xinhua".
"Dada a atual situação econômica da China e sua mudança de política rumo à contenção do crescimento, a baixa corresponde às expectativas", afirmou o membro do Centro de Investigações para o Desenvolvimento do Conselho de Estado, Zhang Liqun, citado pela agência oficial.
Liqun acrescentou que a decisão do banco central chinês facilitará o financiamento de empresas, os projetos de construção e e o fomento da reivindicação de créditos.
O PIB da China cresceu 8,1% no primeiro trimestre de 2012 com relação ao mesmo período do ano anterior, a taxa mais baixa desde a registrada no segundo trimestre de 2009, e menor do que previam os analistas.
Os números, publicados em abril, foram interpretados como sinal de "aterrissagem suave" da economia chinesa, que vem diminuindo seu crescimento desde o início de 2011, após um 2009 e um 2010 marcados pelas políticas estatais de estímulo frente à crise financeira global.
A China estabeleceu como principal objetivo para 2012, e também a longo prazo, alterar seu modelo econômico fomentando o consumo interno para amenizar a baixa demanda externa, causada pela incerteza de seus principais parceiros, os Estados Unidos e a União Europeia, ainda não totalmente recuperados de suas crises.
A luta contra a inflação e a especulação imobiliária, principais preocupações de Pequim em 2011, será moderada pelo governo ao longo de 2012, e a economia deve voltar a crescer nos próximos meses se fortalecendo em 2013. EFE