BRASÍLIA (Reuters) - O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que tem a intenção de permanecer no governo até 2022, fim da administração Jair Bolsonaro, preferencialmente no cargo que ocupa atualmente.
"Eu vou ficar no governo em 2020, 2021 e 2022", afirmou Mansueto a jornalistas, negando notícias de que estaria decidido a deixar a equipe do ministro Paulo Guedes após voltar de férias em janeiro.
Ele garantiu que, na hipótese de sair da equipe econômica no futuro, avisaria com antecedência aos agentes do mercado. "Eventualmente, em alguma ocasião, se eu for sair, eu vou avisar com antecedência com Waldery, para inclusive fazermos transição", pontuou.
Segundo Mansueto, a possibilidade de ele assumir o comando do Conselho Fiscal, cuja criação foi proposta pelo governo no âmbito do novo pacto federativo encaminhado ao Congresso, será avaliada "lá na frente". Ele acrescentou que, caso essa ideia se concretizasse, ele gostaria de acumular a posição com a secretaria do Tesouro. "Gosto de dizer não", brincou Mansueto durante entrevista convocada por sua assessoria no comitê de imprensa no Ministério a Economia.
O secretário afirmou, ainda, que o setor público fechará o ano com uma dívida bruta em torno de 76% a 77% do Produto Interno Bruto. Em outubro, essa relação estava em 78,3% do PIB.
O endividamento será aliviado, segundo Mansueto, pelo pagamento pelo BNDES "nas próximas três semanas" de 30 bilhões de reais em empréstimos devidos à União. A Caixa Econômica Federal também fará novo pagamento de parcela de Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD) devidos, afirmou.
"Vamos terminar ano com primário em torno de 1% do PIB e, com trajetória de juros que temos, ao invés de déficit nominal de 7% do PIB, déficit nominal em torno de 6% do PIB", afirmou Mansueto.
Mansueto também destacou que, por decreto editado pelo governo anterior, haverá um volume expressivo de restos a pagar a ser cancelado, na casa de 17 bilhões de reais, referentes a saldo inscrito até dezembro de 2016.
O secretário do Tesouro também reforçou o quadro de redução da taxa básica de juros da economia, queda a qual, segundo ele, chegará em breve ao consumidor.
"A gente já tem visto uma redução de juros no crédito imobiliário, com o setor iniciando uma retomada. O crédito à pessoa física está crescendo muito e esse crescimento, para tornar-se permanente, tem que ser acompanhado por crescimento da renda real das famílias, e o crescimento à pessoa jurídica tem crescido pouco, mas também é justificável", disse.
De acordo com ele, a justificativa baseia-se no lançamento "espetacular" de captação direta de empresas.
(Por Gabriel Ponte)