Por Natalia A. Ramos Miranda
SANTIAGO (Reuters) - Nas regiões rurais do interior do Chile, a mensagem do candidato presidencial conservador José Antonio Kast sobre a importância de se combater o crime e a imigração ilegal está ecoando.
Kast, comparado com frequência ao presidente Jair Bolsonaro, encontra uma plateia receptiva para sua mensagem de "lei e ordem", o que lhe garantiu a primeira posição no primeiro turno da eleiçao presidencial chilena no domingo.
Trata-se de um problema para o candidato de esquerda Gabriel Boric, que ganhou proeminência como líder de protestos estudantis, mas precisa convencer mais do que sua base de eleitores jovens e urbanos se quiser triunfar no segundo turno de 19 de dezembro.
Com suas visões radicalmente diferentes para o futuro do Chile, Kast e Boric se enfrentarão na etapa decisiva, e o primeiro tem um ligeiro favoritismo.
Sua mensagem de "lei e ordem" será crucial. Muitos chilenos dizem estar cansados do crime, da imigração ilegal e dos tumultos. Protestos frequentes contra a desigualdade dos últimos anos deixaram as calçadas repletas de panfletos e pichações, e os moradores cansados.
As preocupações são particularmente fortes em regiões do extremo-norte chileno, que testemunham níveis altos de imigração, e nas províncias arborizadas do sul de lugares como La Araucania, hoje em estado de emergência devido a confrontos entre o Estado e grupos indígenas mapuche que exigem a devolução de terras ancestrais.
"As pessoas lá querem uma mão firme", disse Alberto Ceballos, de 42 anos, eleitor de Kast que mora em Nuble, uma região do sul, e trabalha com frequência em La Araucania.