Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - Especialistas reduziram a perspectiva para a inflação neste ano em meio a cenário de menor pressão para os preços administrados, mas ambas as medidas foram elevadas para 2023, de acordo com a pesquisa Focus que o Banco Central divulgou nesta segunda-feira.
O levantamento, que voltou a ser divulgado após o fim da greve dos servidores do BC, mostra que a projeção para a alta do IPCA em 2022 caiu a 7,67%, de 7,96% na semana anterior. Para 2023, entretanto, passou de 5,01% para 5,09%.
As duas leituras permanecem bem acima do teto da meta para ambos os anos -- centro do objetivo oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Os ajustes acontecem em meio revisões similares nas perspectivas para a inflação dos preços administrados. Para este ano o cálculo passou de 3,51% para 2,20%, mas para 2023 avançou de 5,99% a 6,15%.
A redução da projeção para os preços administrados em 2022 se dá após aprovação da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo, que tende a ajudar a conter a alta dos preços este ano. Mas ela não tem efeitos duradouros e analistas avaliam que esses preços voltarão a pressionar a inflação geral no ano que vem.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2022 foi elevada em 0,08 ponto percentual, a 1,59%. Para o ano que vem, a conta permaneceu em 0,50%
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros terminará 2022 a 13,75% e 2023 a 10,50%, sem alterações.