Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta terça-feira que não há amparo no Orçamento para renegociação de dívidas no âmbito do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) nos moldes aprovados pelo Congresso Nacional.
Em função disso, o Tesouro Nacional enviou nota aos bancos afirmando que essa renegociação só poderá ocorrer quando for criada uma lei para essa dotação orçamentária.
Sem ela, o governo não assumirá as despesas referentes à concessão de descontos adicionais que foi conseguida pelos parlamentares em derrubada de vetos do presidente Michel Temer à Lei do Funrural.
"Nós não temos hoje dotação orçamentária para amparar essa despesa adicional. Então o que nós dissemos (aos bancos) é que só podemos dar prosseguimento ao que foi aprovado na medida que a gente tenha o Orçamento", disse Guardia a jornalistas, após reunião no Tribunal de Contas da União (TCU).
"Então essa é uma questão básica, nós não podemos autorizar despesa sem dotação orçamentária correspondente. E nós não temos dotação específica para isso", acrescentou.
Segundo Guardia, está em curso a discussão sobre aprovação do Congresso para o provimento da dotação. Ele afirmou ainda que há um impacto fiscal relacionado à renegociação de dívidas do Funrural, mas não detalhou valores, destacando que o governo ainda está trabalhando nessa frente.
Segundo uma fonte com conhecimento do assunto, o impacto atualmente calculado pela equipe econômica é de cerca de 17 bilhões de reais.
(Por Marcela Ayres)