A ata do mais recente encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 6, voltou a reforçar que não existe relação mecânica entre a condução da política monetária norte-americana e a determinação da taxa básica de juros doméstica. O colegiado acrescentou que tampouco existe essa relação entre a taxa de câmbio e a determinação da taxa de juros no Brasil.
"Como usual, o Comitê focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica inflacionária interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo", escreveram os integrantes do comitê, adicionando que um cenário de maior incerteza global e de movimentos cambiais mais abruptos exige maior cautela na condução da política monetária doméstica.
O Copom salientou também que, nos países emergentes, diante de um cenário mais desafiador, observa-se a continuidade de um movimento cauteloso do ciclo de queda de juros em alguns países e sua interrupção em outros.
O documento reforça que, assim como ocorreu no Brasil, as taxas de câmbio de países emergentes tiveram depreciação no período recente, refletindo um cenário mais desafiador para essas economias.
A ata avalia em vários pontos que o ambiente externo mantém-se adverso, em função justamente da incerteza sobre os impactos e a extensão da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e sobre as dinâmicas de atividade e de inflação em diversos países.
"Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho", enfatizaram os membros do Copom.
Segundo eles, o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes.