Paris, 21 mai (EFE).- A economia do Brasil crescerá menos do que o previsto em 2019 e em 2020, de acordo com as previsões divulgadas pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta terça-feira, pela incerteza em torno da reforma da previdência empreendida pelo governo de Jair Bolsonaro.
A organização apontou que o país crescerá 1,4% em 2019 e 2,3% em 2020, o que se traduz em uma redução de sete décimos e de um décimo, respectivamente, para este e para o próximo ano.
A OCDE informou que, de acordo com sua perspectiva anual, a desaceleração da economia acontecerá "apesar das condições financeiras favoráveis" por conta da incerteza em torno de uma possível reforma da previdência.
Se essas dúvidas forem superadas, haverá uma reativação da demanda interna, o que pode gerar uma queda do desemprego, ao mesmo tempo em que está previsto que a inflação se mantenha dentro do programado.
A atual política monetária destinada a limitar a inflação também apoiará os gastos das famílias, embora o saldo das contas públicas esteja "em risco" devido ao aumento do investimento público.
Além disso, a OCDE defende o reequilíbrio dos gastos com programas sociais para as pessoas com renda mais baixa para reduzir a desigualdade, além de reformas que aumentem a produtividade e reduzam os impedimentos administrativos às importações para garantir o crescimento.
A organização também alertou para a diminuição da confiança dos empresários nas reformas empreendidas, junto com uma redução da produção industrial, que é compensada em parte pelo bom desempenho dos setores de serviços e primários.
A dívida pública bruta se mantém em 77% do Produto Interno Bruto (PIB) e o déficit primário em 1,5%, o que exige uma redução drástica dos gastos para manter as metas estabelecidas.