SÃO PAULO (Reuters) - A demanda por eletricidade no sistema interligado do Brasil deve avançar 1,7% em novembro ante mesmo mês de 2019, projetou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta quinta-feira, com a gradual retomada de atividades após medidas mais intensas para contenção da disseminação do coronavírus.
A estimativa para a carga de energia, vista em 70,33 gigawatts, com crescimento em todas as regiões, é mais positiva que na semana anterior, quando o ONS esperava aumento de 1% em base anual.
Em termos percentuais, o melhor desempenho deve ser no Sul, onde a carga deve subir 4,1% frente a novembro passado, segundo o ONS. No Norte, a alta deve ser de 3,1%, enquanto Sudeste e Nordeste podem ver aumento de 1% em comparação anual.
As projeções mostram tendência de continuidade na recuperação das atividades para níveis vistos antes da pandemia, o que vem sendo registrado desde julho, quando a carga avançou 0,4%.
Em abril, primeiro mês sob o impacto de medidas de prefeituras e governos estaduais contra o coronavírus, que levaram ao fechamento de lojas e incentivaram pessoas a trabalhar de casa, a demanda por energia chegou a desabar quase 12% em base anual.
CHUVA E CUSTO
O ONS projetou ainda que as chuvas nas regiões das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, devem seguir abaixo da média histórica neste mês, embora novembro seja geralmente visto como início do chamado "período úmido" para essas usinas.
No Sudeste, que concentra os maiores reservatórios, as chuvas estão estimadas em 59% da média, contra 58% na semana anterior.
No Nordeste, as precipitações devem atingir 80%, de 79% anteriormente. Já o Sul, que tem enfrentado uma seca neste ano, deve ter precipitações em 21% da média, abaixo dos 35% estimados na semana anterior.
Com piora nas chuvas e aumento na expectativa de carga, o ONS apontou previsão de um maior custo de operação para quase todo o sistema elétrico.
O chamado custo marginal de operação (CMO) foi elevado a 617,02 reais por megawatt-hora para a semana que vem em todas regiões à exceção do Nordeste, contra previsão anterior de 475,62 reais por MWh para a semana atual.
(Por Luciano Costa)