BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre do ano após um ciclo de expansão que durou 12 trimestres, de acordo com diagnóstico do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado nesta segunda-feira.
Diferentemente da métrica utilizada por alguns economistas de que uma recessão técnica ocorre quando há dois trimestres consecutivos de retração do Produto Interno Bruto (PIB), o Codace adota uma análise mais ampla de dados.
"A fase cíclica marcada pelo declínio na atividade econômica de forma disseminada entre diferentes setores econômicos é denominada recessão. A fase entre um vale e um pico do ciclo é chamada expansão", diz nota do comitê.
Em encontro na sexta-feira, o comitê, formado por oito membros com notório conhecimento em ciclos econômicos, identificou um pico no ciclo de negócios doméstico no quarto trimestre de 2019.
O grupo também identificou um período de recessão entre os anos de 2014 e 2016, ao detectar um pico da atividade em março de 2014 e um vale em dezembro de 2016. "Isso significa que a recessão teria durado 33 meses, entre os meses de abril de 2014 a dezembro de 2016", disse o comitê.
Criado em 2004 pela FGV, o Codace determina uma cronologia de referência para os ciclos econômicos do país com base na alternância entre datas de picos e vales no nível da atividade econômica.
De acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro recuou 1,5% no primeiro trimestre de 2020 em comparação ao trimestre anterior. Foi a maior contração trimestral desde o recuo de 2,1% no segundo trimestre de 2015.
(Por Gabriel Ponte)