Por Paul Carrel
BERLIM (Reuters) - As encomendas de bens industriais alemães tiveram um crescimento de 2,8% em julho, mais fraco que o previsto, indicando que a rápida retomada inicial após o choque do coronavírus está desacelerando na maior economia da Europa.
O aumento, comparado à uma expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 5,0% ante o mês anterior, sinaliza um retorno mais lento a níveis pré-crise.
Os números de junho foram revisados para cima, mostrando um aumento de 28,8% contra os 27,9% informados anteriormente, disso o Escritório Federal de Estatísticas nesta sexta-feira.
A entrada de pedidos em julho ainda estava 8,2% menor do que em fevereiro, antes da imposição das medidas de quarentena para desacelerar a disseminação do coronavírus.
"Nos próximos meses, provavelmente veremos que as frutas mais baixas já foram colhidas e agora a corrida econômica para compensar o tempo perdido vai perder força", disse Jens-Oliver Niklasch, economista do Landesbank Baden-Wuerttemberg.
"Não voltaremos aos níveis pré-crise tão rápido quanto alguns esperavam”, acrescentou.
A economia alemã contraiu a um recorde de 9,7% no segundo trimestre, à medida que o consumo das famílias, investimentos das empresas e comércio colapsaram no pico da pandemia de Covid-19.
Os pedidos domésticos de bens industriais caíram 10,2% em julho, mas os estrangeiros subiram 14,4%, informou o Escritório de Estatísticas. O economista do ING, Carsten Brzeski, disse que os dados mostraram “uma enorme mudança entre a demanda doméstica e a externa".