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Perda de trabalhadores palestinos em construções israelenses deixa buracos nos dois lados

Publicado 21.03.2024, 17:17

Por Steven Scheer e Ari Rabinovitch e Ali Sawafta

JERUSALÉM/RAMALLAH, Cisjordânia (Reuters) - Uma serra elétrica cortava metais em um canto de um armazém em obras no pé das colinas de Jerusalém. Do outro lado da sala escura, dois trabalhadores tentavam finalizar o piso. Todo o resto está vazio.

Apenas 25 trabalhadores estão atualmente empregados na construção do prédio de três andares. Há seis meses, eram 125.    Os empregados ausentes são parte dos 200 mil palestinos que costumavam ir ao trabalho diariamente deslocando-se da Cisjordânia, assim como 18.500 trabalhadores que saíam de Gaza, todos agora proibidos de entrar em Israel desde o início da guerra por questões de segurança, deixando um buraco econômico nos dois lados da fronteira.

A força de trabalho inclui cerca de 80 mil palestinos especializados em metalurgia, pisos, cofragem e reboco, que normalmente executam as pesadas tarefas iniciais na maioria dos canteiros de obra israelenses.

Para os palestinos, isso significa que famílias foram abruptamente privadas da renda de trabalhadores que, em Israel, podem ganhar salários várias vezes superiores aos que receberiam em seus locais de moradia.

"Eu costumava trabalhar bem, e tudo estava bem. Éramos dependentes desse trabalho, sem nenhuma outra fonte de renda", disse Mohammad Dabous, que por anos viajou todos os dias da vila de Nilin, no norte da Cisjordânia, para trabalhar na construção civil em Modiin, cidade do outro lado da fronteira, em Israel.

"As pessoas tinham responsabilidades financeiras, pagamentos, cheques -- que voltaram todos --, seja para construção ou para pagamentos de carros. Elas estão todas com problemas", afirmou.

A perda de salários agravou o impacto econômico da guerra na Faixa de Gaza e dos distúrbios na Cisjordânia. Um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou nesta semana que o desemprego nos territórios está acima de 50%, com um total de 500 mil postos de trabalho perdidos.

Para Israel, a decisão de fechar as fronteiras após os ataques do Hamas em 7 de outubro praticamente paralisou a construção civil. O setor residencial caiu 95% no fim do ano passado, contribuindo para uma queda de 19% na atividade econômica.

Outros setores, como agricultura e serviços, também foram atingidos, mas não tanto quanto a construção, que responde por 6% da economia de Israel.

O setor reagiu um pouco desde então, parcialmente impulsionado por trabalhadores vindos de países asiáticos, mas 40% das construções seguem paralisadas.   

O armazém em construção na cidade de Jerusalém deveria ter sido entregue em dezembro. Agora, os contratantes da obra, Limor Brothers, esperam concluir as obras no meio do ano.

"Hoje nem pensamos em lucro. Pensamos em terminar os projetos e não perder mais dinheiro do que já perdemos desde o início da guerra", disse o gerente de pessoal e logística da empresa contratante, Ahmad Sharha.

Israel tem acelerado o recrutamento de dezenas de milhares de trabalhadores estrangeiros, com uma cota de 65 mil autorizados a entrar no país a partir de países como Índia, Sri Lanka e Uzbequistão.

Também foram iniciadas negociações para permitir o retorno dos palestinos. Algumas autoridades israelenses temem que a perda de renda na Cisjordânia possa intensificar a instabilidade na região.    (Reportagem de Steven Scheer e Ari Rabinovitch em Jerusalém e Ali Sawafta em Ramallah; reportagem adicional de Dedi Hayoun em Jerusalém)

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