Por Rodrigo Garrido
VALPARAÍSO (Reuters) - Em pequenas enseadas ao longo da costa do Pacífico do Chile, pescadores artesanais dizem que a vida está se tornando mais difícil à medida que a pesca de arrasto industrial esgota os estoques de peixes, ao mesmo tempo em que sofrem com impactos climáticos e ventos econômicos contrários, como o alto preço da gasolina para barcos.
Eles esperam que uma nova lei planejada para regulamentar o setor, atualmente em tramitação no Congresso, salve os operadores de pequena escala que herdaram suas redes de seus antepassados.
"Nossa cultura neste momento corre o risco de desaparecer", disse Eduardo Quiroz, pescador de Caleta Portales.
"Temos uma grande esperança de que seja uma lei feita para a recuperação de recursos", afirmou ele, acrescentando que o projeto de lei deve colocar mais ênfase nos métodos de pesca, rastrear mais de perto os recursos em diferentes áreas e abordar questões como a superpopulação de leões-marinhos.
O Chile, maior produtor mundial de cobre, também é um dos maiores exportadores mundiais de peixes e frutos do mar: mais de 7 bilhões de dólares em 2021, segundo a subsecretaria de pesca.
A atual lei de pesca, que entrou em vigor em 2013, tem enfrentado críticas de parlamentares e pescadores que dizem que ela beneficia apenas grandes pescadores.
O jovem presidente de esquerda do país, Gabriel Boric, prometeu mudar a legislação e seu governo está se reunindo com comunidades pesqueiras e especialistas para ouvir suas propostas.
"Ter uma nova lei de pesca significa reconquistar a confiança dos atores do setor e do país na regulamentação", disse Julio Salas, subsecretário de Pesca e Aquicultura.
O Chile tem mais de 99.557 pescadores artesanais em registros oficiais, mostram dados do governo.