Por Kevin Yao e Elias Glenn
PEQUIM (Reuters) - A economia da China cresceu 6,8 por cento no quarto trimestre na comparação com o ano anterior, mais do que o esperado, sustentada por gastos governamentais mais altos e empréstimos bancários recordes, dando ao país um impulso para o que deve ser um ano turbulento.
O quarto trimestre foi a primeira vez em dois anos que a segunda maior economia do mundo mostrou aceleração do crescimento econômico, mas neste ano enfrenta pressão para aliviar seu mercado imobiliário, o impacto dos esforços do governo em reformas estruturais e uma relação potencialmente complicada com a nova administração norte-americana.
"Não esperamos que isso (PIB do quarto trimestre) se prolongue muito por 2017, quando uma desaceleração no mercado imobiliário e medidas para lidar com a escassez de oferta no setor de commodities devem pesar novamente sobre a demanda e a produção", disse o gerente regional do Economist Intelligence Unit, Tom Rafferty.
A economia expandiu 6,7 por cento em 2016, informou nesta sexta-feira a Agência Nacional de Estatísticas, basicamente no meio da faixa da meta de crescimento do governo de 6,5 a 7 por cento, mas ainda o ritmo mais lento em 26 anos.
Economistas consultados pela Reuters esperavam que a China apresentasse crescimento de 6,7 por cento tanto no quarto trimestre quanto no ano.
O setor imobiliário ajudou a impulsionar o crescimento mais uma vez no quarto trimestre, com o investimento imobiliário subindo surpreendentes 11,1 por cento em dezembro contra 5,7 em novembro, mesmo com os preços mostrando sinais de enfraquecimento em algumas importantes cidades.
Os gastos do consumidor também foram fortes, com as vendas no varejo subindo 10,9 por cento em dezembro sobre o ano anterior, o ritmo mais rápido em um ano, diante das vendas mais fortes de carros e cosméticos.
O investimento em ativo fixo avançou 8,1 por cento, ritmo mais lento desde 1999, uma vez que o investimento de empresas privadas desacelerou de novo em dezembro na base mensal. O investimento em ativo fixo no setor privado caiu para 4,07 por cento de 4,93 por cento em novembro, de acordo com cálculos da Reuters com base em dados da agência de estatíscas.
Em meio a sinais de estabilização, fontes disseram à Reuters que os líderes da China vão reduzir sua meta de crescimento econômica para cerca de 6,5 por cento este ano, dando a eles mais espaço para avançar com reformas buscando conter os riscos da dívida.