O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) que mede a atividade industrial do Brasil subiu de 52,5 pontos em junho para 54,0 pontos em julho, maior nível do indicador desde abril deste ano. Taxas acima de 50,0 pontos indicam expansão da atividade.
Conforme informou a S&P em nota, a área "mais promissora" nesta leitura foram os bens de capital, seguido dos bens intermediários. Os bens de consumo, por sua vez, contraíram a tendência geral e registraram melhorias mais brandas nas condições operacionais.
"Uma recuperação no crescimento da demanda por produtos brasileiros alavancou as vendas e a produção em julho, levando as empresas a expandir seus quadros defuncionários e aumentar as compras de insumos", destacou a diretora associada de Economia da S&P, Pollyanna Lima.
Ela avalia que a desvalorização cambial que aconteceu no período foi uma "bênção disfarçada", que aumentou a competitividade internacional e permitiu que as empresas garantissem pedidos em diversos países. "No entanto, essa mesma fragilidade cambial também levou as pressões inflacionárias aos seus níveis mais altos em dois anos", contrapõem Pollyanna Lima.
Para ela, esse quadro econômico "misto" sugere que, embora a recuperação da demanda e das vendas internacionais sejam desdobramentos positivos, a pressão inflacionária pode levar o Banco Central a repensar o posicionamento da política monetária. "Os formuladores de políticas poderão ter de alcançar um equilíbrio entre a necessidade de promover o crescimento e medidas de controle da inflação", avalia.