Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A taxa combinada da população desempregada e subocupada por insuficiência de horas trabalhadas alcançou 16 por cento no segundo trimestre deste ano, o que representa 16,4 milhões de pessoas, de acordo com novos indicadores sobre o mercado de trabalho divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com a deterioração da economia, essa fatia da população tem aumentando nos últimos trimestres. Nos primeiros três meses do ano, a taxa estava em 15 por cento.
Os dados mais detalhados também revelaram que, no segundo trimestre, o país tinha 11,6 milhões de desempregados; 6,2 milhões que gostariam de trabalhar mas não estavam disponíveis por razões como doença, gravidez, entre outras; e 4,8 milhões de profissionais estavam subocupados -- aqueles que trabalham menos horas que o desejado mesmo com disponibilidade maior.
"Dá para se ter uma visão mais ampla sobre a demanda da força de trabalho...o problema vai para além da desocupação. Existem pessoas querendo trabalhar mais horas e aquelas que gostariam de estar no mercado mas não estão", disse a jornalistas o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo.
Segundo o IBGE, a soma de desempregados, subocupados por insuficiência de horas e força de trabalho potencial totaliza 22,7 milhões de pessoas no segundo trimestre, o equivalente a 13,6 por cento do total de pessoas em idade de trabalhar (166,3 milhões de pessoas com 14 anos ou mais de idade).
A taxa composta de subutilização da força de trabalho foi estimada em 20,9 por cento. "Como estamos em crise e notamos queda no rendimento e aumento do desemprego, o que se viu foi um retorno de pessoas ao trabalho doméstico no país... é necessário se pensar em políticas públicas diferenciadas para cada um desses atores”, afirmou Azeredo.
Os números mais recentes da Pnad Contínua do IBGE sobre o mercado de trabalho revelam que no trimestre encerrado em agosto a taxa de desemprego estava em 11,8 por cento, a mais alta da série iniciada em 2012, e afetava cerca de 12 milhões de brasileiros.