BRUXELAS (Reuters) - Os preços ao produtor da zona do euro caíram mais do que o esperado em abril, com a economia desacelerando no segundo mês de medidas de contenção contra a pandemia de coronavírus, mas o desemprego teve apenas leve alta, contrariando previsões mais pessimistas.
O escritório de estatísticas da União Europeia, Eurostat, disse que os preços nos portões das fábricas nos 19 países que dividem o euro caíram 2,0% em abril em relação ao mês anterior, queda de 4,5% na comparação anual.
Economistas consultados pela Reuters esperavam uma queda mensal de 1,8% e um recuo anual de 4,0%.
A leitura foi resultado principalmente de uma queda nos preços da energia, que recuaram 7,5% no comparativo mensal, deflação de 16,5% ano a ano. Sem esse componente altamente volátil, os preços ao produtor tiveram queda de apenas 0,3%, tanto mensalmente quanto anualmente.
Os preços ao produtor são um fator-chave para moldar a inflação ao consumidor -- que o Banco Central Europeu deseja manter abaixo mas próxima a 2% no médio prazo -- já que as mudanças nos preços nos portões das fábricas se traduzem em grande parte no custo final para os consumidores.
Também importante para a inflação e, portanto, para a política monetária do BCE é a taxa de desemprego, que mostra tendências na demanda do consumidor e, portanto, aumenta ou diminui a pressão inflacionária.
O Eurostat disse que o número de pessoas que perderam o emprego na zona do euro em abril foi de 211 mil, elevando o número total de desempregados para 11,919 milhões, ou 7,3% da força de trabalho, ante 7,1% em março.
Economistas consultados pela Reuters esperavam um salto para 8,2%, mas suas previsões foram baseadas em dados anteriores do Eurostat de março, que o escritório de estatística agora revisou para 7,1%, ante 7,4% relatados anteriormente.
(Por Jan Strupczewski)