Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - Os preços das importados nos Estados Unidos caíram mais do que o esperado em outubro, com o declínio dos preços do petróleo e de uma variedade de bens, um sinal de que o dólar forte e a demanda global fraca continuam a exercer pressão de baixa sobre a inflação dos importados.
Outros dados divulgados nesta terça-feira mostraram um inesperado aumento nos estoques do atacado em setembro, sugerindo que a estimativa de crescimento econômico do terceiro trimestre do governo pode ser revisada para cima.
O Departamento do Trabalho informou que os preços de importados caíram 0,5 por cento no mês passado, ante queda de 0,6 por cento em setembro. Os preços dos importados caíram, agora, em 14 dos últimos 16 meses.
"Nós esperamos que os preços de importados caiam mais no médio prazo conforme os efeitos da valorização do dólar continuam a pesar sobre os preços", disse o economista do Barclays (L:BARC) Rob Martin. "Além disso, acreditamos que a fraqueza na Ásia emergente, especialmente na China, deve pressionar para baixo os preços dos importados acima de qualquer efeito da valorização do dólar."
Nos 12 meses encerrados em outubro, os preços caíram 10,5 por cento. A força do dólar e o forte recuo nos preços do petróleo pesaram sobre a inflação, que está persistentemente abaixo da meta de 2 por cento do Federal Reserve, banco central dos EUA.
Porém, a fraca pressão inflacionária provavelmente não deve impedir o Fed de elevar a taxa de juros no próximo mês, após o crescimento do emprego aumentar em outubro e a taxa de desemprego cair à mínima de 7 anos e meio.
Em um relatório separado, o Departamento do Comércio informou que os estoques no atacado cresceram 0,5 por cento com o aumento de automóveis, móveis, produtos agrícolas e vestuário compensando a queda em maquinário, petróleo e uma variedade de outros bens.
Os estoques no atacado de agosto foram revisados para cima para mostrar um ganho de 0,3 por cento, ao invés da alta de 0,1 por cento anteriormente divulgado.
Economistas esperavam que os estoques no atacado ficariam inalterados em setembro. Os estoques são um importante componente das mudanças do Produto Interno Bruto.
O componente dos estoques no atacado que entra no cálculo do PIB --estoques no atacado excluindo automóveis-- subiu 0,5 por cento. Isso é mais do que o governo estimou em sua estimativa para o PIB publicada no mês passado. O governo estimou que os estoques retiraram 1,44 ponto percentual do crescimento do PIB no terceiro trimestre.