Por Michel Rose
PARIS (Reuters) - A primeira-ministra francesa foi acusada de "censura" em uma audiência nesta quarta-feira que analisa a sua decisão de processar a editora de uma nova biografia que menciona detalhes íntimos da sua vida privada.
Élisabeth Borne, a ex-tecnocrata de 62 anos que o presidente francês, Emmanuel Macron, escolheu ano passado para liderar seu ministério, era pouco conhecida pelo público antes de ser promovida ao cargo, após cinco anos como uma ministra de segundo escalão.
O caso reabriu um debate na França sobre se a vida privada de políticos deveria permanecer fora do alcance do público.
No livro "La Secrete" (A Secreta), escrito pela jornalista francesa Bérengère Bonte e publicado em 4 de maio, a autora menciona rumores de que Borne seria lésbica, o que a primeira-ministra negou várias vezes.
No capítulo chamado de "The Cover", a jornalista, que entrevistou Borne duas vezes para o livro, revela o nome de um homem apresentado como seu companheiro na imprensa e diz que ele era casado no civil com outra mulher, ainda em 2021.
O livro também menciona o suicídio de seu pai, um sobrevivente do Holocausto de origem judaica. Também descreve Borne como uma viciada em trabalho propensa a explosões emocionais e relata que ela perdeu tanto peso em situações estressantes em empregos anteriores que levantou preocupações sobre sua saúde entre os membros da família.