Presidente do Fed (Federal Reserve), banco central dos EUA, Jerome Powell disse que não deixará o cargo caso o recém-eleito presidente, Donald Trump, solicite e que não se considera legalmente obrigado a renunciar. A fala foi em entrevista a jornalistas na 5ª feira (7.nov.2024), depois de a autoridade monetária divulgar decisão de cortar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual. As informações são da agência Reuters.
Powell foi nomeado pela 1ª vez ao cargo no 1º mandato de Trump. Porém, ao longo do governo, teve divergências com o republicano. De acordo com a CNN, o atual presidente do banco central norte-americano deve receber autorização para encerrar seu atual mandato, que termina em maio de 2026.
Questionado sobre a possibilidade de o BC norte-americano responder ao próximo governo Trump, Powell disse que a instituição não “adivinha, não especula e não assume” e que, no curto prazo, as eleições “não terão efeito” sobre as decisões tomadas.
Powell afirmou ainda, ao avaliar a trajetória fiscal do país, que a “política fiscal do governo federal dos EUA está em um caminho insustentável” e que o “nível da dívida” é uma “ameaça à economia”.
Trump x Fed
Durante a campanha eleitoral, Trump fez críticas ao BC do país. “Acho que é o melhor trabalho no governo. Você aparece no escritório uma vez por mês e diz: ‘Vamos jogar uma moeda’ e todo mundo fala de você como se fosse um Deus”, afirmou, em entrevista à Bloomberg TV.
O republicano afirmou ainda que, caso eleito, poderia dizer ao Fed o que fazer sobre a taxa básica de juros, mas que não ordenaria possível ajuste. “Acho que tenho o direito de dizer que acho que vocês deveriam aumentar ou diminuir um pouco. Não acho que eu deva ser autorizado a ordenar isso, mas acho que tenho o direito de fazer comentários sobre se os juros devem ou não subir ou descer”, disse.