Bruxelas, 27 mai (EFE).- A União Europeia (UE) deixará sem validade a partir do dia 31 de maio seu embargo de armas à oposição síria, mas todos os membros se comprometeram a não entregar armamento até 1º de agosto e a respeitar uma série de condições.
Além disso, o ministro de Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, indicou que todas as sanções vigentes contra o regime de Bashar al Assad serão prorrogadas por um ano.
"A UE decidiu pôr fim ao embargo de armas à oposição síria e manter todas as demais sanções à Síria", confirmou o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, que assegurou que o resultado é o que Londres buscava.
Hague ressaltou que o Reino Unido não tem "planos imediatos para enviar armas à Síria", mas destacou que a decisão de hoje dá "flexibilidade para responder no futuro se a situação continuar piorando".
Londres estava há meses insistindo neste passo, que era rejeitado de início por uma maioria de países, um grupo que nos últimos dias foi perdendo adeptos, entre eles a Espanha.
Segundo García-Margallo, o governo espanhol se viu forçado a dar esse giro pela evolução das circunstâncias na Síria, a internacionalização do conflito e a necessidade de tentar acelerar seu fim.
Hoje, a Áustria surgiu como grande crítica da iniciativa impulsionada pelo Reino Unido e, em menor medida, pela França, que contavam com o trunfo de que o atual regime de sanções à Síria vencia no final de mês; motivo pelo qual, faltando um acordo, todas perderiam efeito.
Após horas de negociações, os ministros dos 27 países da UE não alcançaram uma posição comum sobre o embargo à oposição, por isso este desaparecerá no próximo dia 31, como queriam Paris e Londres.
Em paralelo, os países pactuaram um acordo intergovernamental no qual se comprometem a não entregar armas até 1º de agosto a fim de "dar uma oportunidade ao diálogo" no marco da possível conferência de paz de Genebra promovida por Estados Unidos e Rússia, explicou García-Margallo.
Nesse texto, indicou, estão incluídas ainda condições que limitam a entrega de armas que tenham como fim a proteção dos civis e salvaguardas para garantir que não caíam nas mãos erradas.
Enquanto isso, os 27 decidiram manter as demais sanções impostas à Síria, que incluem uma grande bateria de medidas diplomáticas, financeiras e comerciais contra Damasco, segundo confirmaram vários ministros. EFE
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