Arena do Pavini - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,32% em novembro e sua taxa ficou 0,02 ponto percentual (p.p.) abaixo da de outubro, de 0,34%, mas acima do 0,26% do mesmo mês do ano passado, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número veio abaixo do 0,38% esperado pelo mercado para o mês, confirmando o bom comportamento da inflação e o espaço para novos cortes nos juros.
O acumulado no ano está em 2,58%, inferior aos 6,38% do mesmo período de 2016, e é o menor para um mês de novembro desde 1998, quando a variação em 11 meses foi de 1,52%. Já o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 2,77%, acima dos 2,71% registrados nos 12 meses até outubro.
O índice tem o mesmo cálculo do IPCA, usado nas metas do Banco Central (BC), apenas com um período de coleta diferente, do meio de um mês ao meio do mês de referência, enquanto o índice oficial usa o mês fechado. Energia elétrica, gás de cozinha, combustíveis e tarifas de água e esgoto puxaram o índice este mês.
Energia, maior impacto
A energia elétrica, do grupo Habitação (1,33%) foi o item com o maior impacto individual no índice de novembro. Com variação de 4,42% e 0,16 p.p. de impacto, as contas de luz responderam por metade do IPCA-15 de novembro. O novo valor do patamar 2 da bandeira vermelha entrou em vigor no dia 1º de novembro e passou a adicionar R$ 5,00 para cada 100kwh consumidos. O item ficou entre o 1,12% registrado na região metropolitana de Fortaleza e os 21,21% de Goiânia.
Em Goiânia, houve reajuste médio de 15,70% no valor das tarifas a partir de 22 de outubro. Cabe destacar, ainda, segundo o IBGE, os reajustes médios de 6,84% em Brasília, também desde 22 de outubro, e de 22,59% em uma das empresas pesquisadas na região metropolitana de São Paulo, a partir de 23 de outubro.
Botijão de gás e água e esgoto
Ainda no grupo Habitação, o preço do gás de botijão subiu 3,30%, com impacto de 0,04 p.p. Regionalmente, as variações oscilaram entre 0,14% na região metropolitana do Rio de Janeiro e 9,44% na região metropolitana de Recife. A partir de 05 de novembro, a Petrobrás reajustou o preço dos botijões de 13kg nas refinarias em 4,5%, em média.
A taxa de água e esgoto (0,30%), também do grupo Habitação, refletiu os reajustes de 7,89% em São Paulo, a partir de 10 de novembro e de 4,33% em Fortaleza, em vigor desde 23 de setembro.
Combustíveis e ônibus
O grupo Transportes (0,27%) foi influenciado pela gasolina (variação de 1,53% e 0,06 p.p. de impacto) e pelo etanol (2,78% e 0,03 p.p.). No ônibus intermunicipal (0,45%), destaca-se a variação de 7,40% na região metropolitana de Porto Alegre, devido ao reajuste médio de 7,76%, em vigor desde 16 de outubro. Por outro lado, as passagens aéreas vieram com queda de 10,10% e -0,04 p.p. de impacto, após alta de 7,35% em outubro. Nos demais grupos de produtos e serviços pesquisados, destacam-se os Artigos de residência (-0,35%), em razão da queda dos preços dos eletrodomésticos (-1,19%).
O grupo Alimentação e bebidas apresentou queda de 0,25%. Belo Horizonte (0,33%), Rio de Janeiro (0,02%) e Brasília (0,01%) se destacaram, com variações positivas de um mês para o outro. As demais áreas ficaram entre -0,87%, da região metropolitana de Salvador e -0,19%, das regiões metropolitanas de São Paulo e Porto Alegre.
Alimentos no domicílio seguem em queda
Os preços dos alimentos para consumo no domicílio caíram, em média, 0,45%, com destaque para: feijão-carioca (-7,03%), açúcar refinado (-4,52%), farinha de mandioca (-4,25%), açúcar cristal
(-3,81%) e ovos (-3,69%). No lado das altas sobressaem a batata-inglesa (19,59%), a cenoura (13,39%) e as carnes (0,22%). Já a alimentação fora de casa subiu, em média, 0,10%. As variações regionais oscilaram entre a queda de 1,05% na região metropolitana de Curitiba e a alta de 2,26% da região metropolitana de Belém.
Nos índices regionais, Goiânia ficou com o resultado mais elevado (1,62%), impulsionado pelo aumento na energia elétrica, que foi de 21,21% no município. As duas únicas quedas foram em Salvador (-0.03%) e em Fortaleza (-0,05%), onde, além das frutas (-6,91%), a gasolina (-1,33%) se destacou.
Coleta de 12 de outubro a 13 de novembro
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de outubro a 13 de novembro (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de setembro a 11 de outubro de 2017 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Por Arena do Pavini