RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - Com aumento da fabricação de bens de capital, a produção industrial brasileira teve desempenho melhor do que o esperado em abril ao mostrar ligeira alta em relação ao mês anterior.
A produção iniciou o segundo trimestre com avanço de 0,1 por cento em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Embora a alta tenha sido marginal, foi o segundo mês seguido de resultado positivo, após avanço de 1,4 por cento em março na comparação mensal.
Porém, na comparação com abril de 2015, a produção sofreu queda pela 26ª vez seguida na base anual, de 7,2 por cento.
As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de recuo de 0,90 por cento na variação mensal e de 8,80 por cento na comparação anual.
O IBGE apontou que a categoria com melhor resultado em abril foi a de Bens de Capital, medida de investimento, com alta de 1,2 por cento sobre março. Mas na comparação com o mesmo mês de 2015, as perdas chegaram a 16,5 por cento.
Também registrou resultado positivo a produção de Bens Intermediários, de 0,5 por cento na base mensal, porém queda de 7,5 por cento em relação a um ano antes.
Dos 24 ramos pesquisados, 11 tiveram alta na comparação mensal em abril, sendo as principais influências positivas produtos alimentícios (4,6 por cento) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0 por cento), completou o IBGE.
A indústria é um dos setores que mais sofrem com o cenário de recessão vivido pelo país, e os sinais que apontam para o futuro não são muito otimistas.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) do Markit em maio mostrou queda na entrada de novos pedidos, o que levou as indústrias a buscar cortar custos com fortes reduções do número de trabalhadores.[nL1N18R0M0]
Por outro lado, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) atingiu em maio o nível mais alto desde março de 2015, devido à melhora das expectativas.[
(Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira)