SÃO PAULO (Reuters) - A projeção de economistas para a inflação neste ano superou os 10 por cento e para 2016 atingiu o limite da meta na pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, com previsão de que a economia vai encolher 2,0 por cento no ano que vem.
A pesquisa semanal mostrou que a expectativa para a alta do IPCA em 2015 subiu a 10,04 por cento, 0,05 ponto percentual a mais do que na semana anterior.
Já para 2016 a piora foi de 0,03 ponto, para 6,5 por cento, exatamente o teto da meta do governo, que é de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
A expectativa para a alta dos preços administrados no ano que vem piorou pela nona semana seguida e chegou a 7 por cento, contra 6,95 por cento antes. Para este ano permaneceu em 17 por cento.
O BC mudou recentemente o discurso e passou a destacar que fará o que for preciso para levar a inflação ao centro da meta em 2017, quando antes dizia que esse nível seria atingindo ao final de 2016.
Apesar da maior pressão inflacionária, o levantamento com uma centena de especialistas não mostrou desta vez alteração na perspectiva para a taxa básica de juros no final do ano que vem, permanecendo em 13,25 por cento.
Também foi mantido o cenário de que a Selic encerrará este ano nos atuais 14,25 por cento.
Do lado da atividade, a perspectiva para a economia em 2015 parou de se deteriorar no Focus após 17 semanas seguidas de piora. A contração do Produto Interno Bruto de 2015 continua sendo projetada em 3,10 por cento.
Mas em meio ao atual ambiente de incertezas fiscais e políticas, a projeção para a retração econômica em 2016 foi piorada para 2,0 por cento, ante 1,90 por cento.
O cenário para a produção industrial também piorou para 2016, chegando a uma contração de 2,15 por cento, sobre queda de 2,0 por cento na semana anterior.
(Por Camila Moreira)