Moscou, 6 ago (EFE).- O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou nesta quarta-feira a proibição ou limitação por um ano das importações de produtos agrícolas, matérias-primas e alimentos dos países que apoiaram as sanções contra a Rússia por seu papel no conflito ucraniano.
O decreto assinado nesta quarta-feira pelo chefe do Kremlin faz referência à "adoção de medidas econômicas especiais para garantir a segurança da Federação Russa", segundo informaram as agências russas.
Estas medidas afetarão "classes específicas de produtos agrícolas, matérias-primas e alimentos".
Os países envolvidos serão aqueles que "tenham tomado decisões sobre sanções econômicas contra pessoas físicas ou jurídicas russas ou tenham se somado a tais decisões".
Ao mesmo tempo, o decreto abre a possibilidade para que o prazo de proibição das importações seja modificado.
Putin encarrega o governo liderado pelo primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, para determinar qual produção deve ter proibida sua entrada no mercado russo.
Além disso, Putin encomendou ao Executivo o aumento da oferta de produtos nacionais e que impeça uma alta dos preços destes perante a redução das importações.
O líder russo tinha encarregado ontem ao governo "preparar medidas de resposta" às sanções contra a Rússia aprovadas por alguns países, entre eles EUA e os da UE, pelo apoio de Moscou aos separatistas pró-Rússia que atuam no leste da Ucrânia.
"Os instrumentos políticos de pressão à economia são inaceitáveis, contradizem todas as normas e regras", declarou então Putin, que assegura ao país que as sanções permitirão aumentar a independência econômica russa.
Ao mesmo tempo, Putin ressaltou que as medidas devem ser tomadas "com extrema cautela, para apoiar os produtores nacionais mas sem prejudicar os consumidores".
Os Estados Unidos e a União Europeia adotaram há uma semana novas sanções econômicas contra a Rússia por não fazer o suficiente para diminuir a tensão na Ucrânia e pelo suposto derrubamento por parte dos milicianos rebeldes armados por Moscou de um avião da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo.
As sanções ocidentais, que se dirigem contra os bancos públicos russos, o setor da defesa e também o petroleiro, já obrigaram ao governo russo a replanejar sua estratégia econômica e orçamentária para este e o próximo ano.