Por Daren Butler e Nevzat Devranoglu e Orhan Coskun
ISTAMBUL (Reuters) - O presidente turco, Tayyip Erdogan, demitiu três autoridades do banco central do país nesta quinta-feira, duas das quais se opuseram ao último corte de juros da instituição, abrindo caminho para mais flexibilização da política monetária e levando a lira para uma nova mínima histórica.
Analistas viram a medida -- anunciada à meia-noite no diário oficial da Turquia -- como uma nova evidência de interferência política de Erdogan, um autodenominado inimigo das taxas de juros que frequentemente pressiona por estímulos monetários.
Sem nenhuma explicação para a decisão, Erdogan demitiu os vice-presidentes do banco Semih Tumen e Ugur Namik Kucuk e o mais antigo membro do comitê de política monetária, Abdullah Yavas, informou a publicação.
Ele nomeou dois novos membros -- Taha Cakmak, como vice-presidente, e Yusuf Tuna - que são pouco conhecidos no banco central ou entre os economistas, deixando o comitê de política monetária com autoridades de pouca experiência após controle de anos por Erdogan.
Duas fontes familiarizadas com as deliberações internas disseram que Kucuk e Yavas foram demitidos após discordarem do corte de 100 pontos-base na taxa básica de juros no mês passado, que na época surpreendeu os investidores e fez a lira despencar.
Nesta quinta-feira, a moeda turca chegou a cair até 1%, para uma mínima recorde de 9,1900 por dólar, na esteira do anúncio, antes de reduzir as perdas.