SÃO PAULO (Reuters) - O encaminhamento pela equipe econômica da primeira parte da reforma tributária ao Congresso Nacional é um sinal positivo, mas também é preciso tratar dos desafios fiscais de curto prazo, em meio a um "elevado" déficit fiscal e dívida crescente, disse a diretora executiva de ratings soberanos da Fitch Ratings, Shelly Shetty, conforme nota enviada nesta quarta-feira.
Segundo Shetty, a perspectiva negativa atribuída pela Fitch ao rating soberano "BB-" do Brasil continuará refletindo a capacidade do governo de consolidar as contas públicas para estabilizar e eventualmente reduzir a dívida, o progresso nas reformas econômicas e a avaliação das perspectivas de crescimento no médio prazo.
O Ministério da Economia atualizou nesta quarta-feira sua estimativa para o déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) a 787,45 bilhões de reais em 2020, conforme relatório de receitas e despesas do terceiro bimestre.
Na véspera, o governo encaminhou ao Congresso sua aguardada proposta de reforma tributária, que contempla a união de PIS e Cofins em um único imposto sobre valor agregado (IVA).
"A reforma (tributária) proposta é apenas o primeiro passo no processo de revisão de um complexo e complicado sistema tributário brasileiro", disse Shetty em nota.
"Além disso, outras iniciativas de reforma tributária também estão sendo discutidas na Câmara e no Senado, e resta saber como e quando será alcançado um consenso sobre as diferentes versões da reforma tributária", acrescentou.
(Por José de Castro)